27 novembro 2011
Gomorra
Aproveito as melhores horas do dia para sair de casa. Entre 11 da manhã e 2 da tarde a temperatura é mais humana...o sol conforta e a luz é boa.
Leio “Gomorra”, o primeiro livro do napolitano Roberto Saviano, que tem quase a minha idade, 31. Ficou famoso, virou filme...dissecou em 330 páginas (da versão em italiano) como age a Camorra, a organização criminosa de Napoli, no sul da Itália. Saviano vive escondido...se der bobeira, morre!
Escolho um parque e um banco, onde o sol bata bem forte. Aqui não preciso mais de luvas nem de gorro de lã. Abro a jaqueta, deixo o vento fresco entrar. Sinto cheiro de frio...ar seco, grama orvalhada e pisada por mim momentos antes...cheiro de frio, sim senhor!
Estou num parque em Bologna que leva o nome de 3 policiais cruelmente assassinados em 4 da janeiro de 1991: Mauro Mitilini, Andrea Moneta e Otello Stefanini. Por volta das 10 da noite daquele dia eles foram surpreendidos por uma espécie de milícia que agia na região contra extracomunitários, ciganos, negros, bancários e claro, policiais. Não tiveram nenhuma chance contra o verdadeiro arsenal de guerra – inclusive uma Berreta AR-70 – que portavam os assassinos. Foram crivados de bala e depois queimados.
Agora caminho sozinho, canto Djavan...é domingo, dia sagrado da família, ainda mais para os italianos. Um dia calmo, de pouquíssimo movimento nas ruas. Vou até a venda, mas está fechada. Tudo bem, tenho tudo pro almoço...ou quase tudo. Ainda me falta alguém pra tirar as fotos, pra compartilhar cada nova descoberta, cada história e cada sentimento. E tem que ser ela: Paula!
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3 comentários:
O melhor como sempre! Seu texto, digo e não canso de repetir: é encantador!Obrigada por me escolher pra dividir os momentos que virão! Mais texto enquanto isso, porque eles me acalentarão. Bacci! Ti voglio bene!
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